Informação do Tema


Unidade de Investigação
Centro do IMAR da Universidade dos Açores

O projeto TRACE tem como objetivos a investigação de cetáceos, compreender como são as suas emigrações, o seu acasalamento e os seus comportamentos. Os responsáveis realizam trabalho não só em laboratório, com os dados recolhidos, mas também no mar, em submarinos ou barcos. Sabemos que desenvolveram o projeto, no qual implantaram um pequeno chip em alguns cetáceos com objetivo de obter mais informação:
- O investigador Rui Prieto apresentou nos Estados Unidos uma técnica inovadora de administração de antibióticos, utilizando um biomaterial no implante de transmissores de satélite em baleias.
O workshop “Desenho de Transmissores para Cetáceos”, patrocinado pela marinha norte-americana, reuniu especialistas a nível mundial em telemetria de cetáceos, tendo Rui Prieto apresentado a técnica, de inspiração nacional,  desenvolvida por investigadores do IMAR/DOP/ Açores e do Departamento de Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho.
O sistema consiste numa manga de origem orgânica que recobrirá o corpo metálico dos transmissores de satélite implantados nas baleias e libertará antibióticos e anti-inflamatórios ao longo de um largo período de tempo, inibindo possíveis infecções causadas pelo implante.
De acordo com o site do DOP/Açores, o  sistema foi testado na Primavera durante as campanhas de instrumentação de baleias com transmissores de satélite, que decorrerão no âmbito do Projecto Trace.

Mais recentemente estão a desenvolver um projeto que consiste em descobrir as melhores localizações para os cetáceos, descobrir habitats críticos, os quais podem afetar os cetáceos, etc. Vamos falar um pouco sobre este projeto, em que consiste e os objetivos.
- Os predadores de topo, como os cetáceos, são conhecidos por procurarem e se associarem a áreas de grande atividade biológica (“hot spots”). As ilhas oceânicas e montes submarinos constituem zonas de descontinuidades em mar aberto. Estas estruturas fisiográficas geram processos hidrográficos locais que fazem delas agregações de alta produtividade.

Uma das maiores agregações de montes submarinos no Atlântico Nordeste encontra-se ao largo dos Açores e, juntamente com as ilhas deste arquipélago, constituem um ecossistema diverso e dinâmico. Os Açores têm uma localização privilegiada para investigar as características de habitat que definem “hot spots” de cetáceos pois:
1) Estão localizados na Crista Médio Atlântica, não possuindo plataforma continental e, portanto, representam um verdadeiro ambiente pelágico;
2) situam-se na fronteira latitudinal da produtividade primaveril;
3) são visitados regularmente por 24 espécies de cetáceos.


Este estudo será o primeiro a tentar modelar a preferência de habitats de cetáceos à volta de montes submarinos e ilhas oceânicas no Atlântico Norte usando, para esse propósito, uma estratégia multidisciplinar e integrada. O projeto combinará bases de dados existentes, técnicas de investigação convencionais (foto-identificação e genética) e soluções tecnológicas inovadoras. Este projeto pretende criar uma rede de monitorização constituída por estações de telemetria acústica e unidades de gravação acústica autónomas à volta de um monte submarino.
 

Os dados obtidos no decorrer deste projeto serão usados para caracterizar a distribuição e padrões de movimentação de cetáceos em relação às características do habitat. Este conhecimento será usado no desenvolvimento de modelos espaciais preditivos, com o objetivo de identificar habitats críticos na área de estudo, e de compreender o papel destes habitats na ecologia dos cetáceos. Estes modelos preditivos poderão ser utilizados na gestão e conservação dos cetáceos e dos ecossistemas que eles integram, designadamente, e para compreender como os padrões espaciais e temporais de distribuição poderão ser afetados por alterações climáticas. Estes esforços também são importantes ao contribuir para uma melhor compreensão dos ecossistemas marinhos.





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